O paraíso da maternidade pode ser representado pelo amor incondicional entre mãe e filho, vínculo único e profundo, fonte de amor e alegria incomparáveis. Além disso, para muitas mulheres, a maternidade representa a realização de um sonho e a descoberta de um novo propósito na vida. Assim, acompanhar o crescimento e desenvolvimento do filho, celebrar suas conquistas e compartilhar momentos de carinho e diversão são experiências gratificantes.
Já o padecimento da maternidade está relacionado a abrir mão de tempo, liberdade e muitas vezes de oportunidades pessoais e profissionais. São inúmeros desafios que mudam de acordo com as fases.
Noites mal dormidas, preocupações com a saúde do filho, pressões sociais para conciliar trabalho e família são alguns dos desafios enfrentados. Especialmente no primeiro ano, a dor do parto, as dificuldades da amamentação e o desgaste físico e emocional são realidades para muitas mães.
A romantização da maternidade contribui para o aumento da ansiedade, da depressão pós-parto e de outros transtornos mentais em mães.

Mães que não se encaixam no ideal romantizado podem sentir culpa, frustração e inadequação, acreditando que estão falhando em seu papel.
Isolamento e solidão são consequências da pressão social para manter a imagem de mãe perfeita, o que pode levar as mulheres a esconderem suas dificuldades.
Ao minimizar os desafios da maternidade, a sociedade desvaloriza o trabalho materno, que muitas vezes é invisível e não remunerado. A sobrecarga materna pode prejudicar a relação mãe-bebê, além de dificuldades no relacionamento familiar.
Quando a mulher descobre que a maternidade está longe de ser um mar de rosas, na grande maioria das vezes, ela já está com seu bebê nos braços. A frustração e a ideia de que “não era isso que eu esperava”, sensação de incapacidade e constante frustração frente a ocupação do papel de mãe, podem persistir e fazer com que elas se sintam cada vez mais incapazes e confusas frente às responsabilidades que o cuidado materno exige.
Desconstruindo a romantização
- É crucial que a sociedade ofereça apoio e reconhecimento às mães, valorizando seu papel e garantindo seus direitos.
- É preciso desconstruir a ideia de que a maternidade é um fardo solitário, incentivando a divisão de responsabilidades e o apoio mútuo entre pais, familiares e amigos.
- Cada experiência materna é única e individual, e não deve ser comparada ou idealizada.
- É essencial que as mães se permitam expressar suas emoções, tanto as positivas quanto as negativas, sem medo de julgamentos.
Ao desconstruir a romantização da maternidade, podemos criar um ambiente mais acolhedor e realista para as mães, onde elas se sintam livres para expressar suas emoções, buscar ajuda quando necessário e vivenciar a maternidade de forma mais leve e saudável.
Em última análise, "ser mãe é padecer no paraíso" nos convida a refletir sobre a complexidade da maternidade, celebrando suas alegrias e reconhecendo seus desafios.