É importante lembrar que uma boa experiência de parto começa antes do parto, ainda no pré-natal, com a escolha dos profissionais que vão acompanhar da gestação e parto. Estar bem alinhada com esses profissionais é fundamental para que não ocorra nenhuma surpresa desagradável no dia do parto, tornando essa experiência ruim.

O desrespeito e abuso durante o parto, também conhecido pelos termo violência obstétrica, é uma das principais causas de traumas durante o trabalho de parto. Esses abusos podem ser manifestados de forma física, verbal ou até não verbal como o não cumprimento de alguma conduta necessária por parte dos profissionais. “Não grita”, “quis abrir as pernas agora aguenta”, são algumas frases violentas e comumente usadas por profissionais envolvidos na assistência ao parto.

Um estudo recente com 190 mulheres, mostrou que a cada forma de violência acrescida ao parto, maior foi a chance de ocorrência de depressão pós-parto. Foi visto então, uma associação significativa entre desrespeito e abuso durante o parto e depressão, e o quanto o atendimento digno e respeitoso às mulheres durante o parto pode reduzir os riscos da sintomatologia de depressão pós-parto (Conceição 2024).

Buscar conhecimento sobre a gravidez e o parto também são fundamentais para evitar experiências traumáticas, entender como funciona o processo e como evitar violências obstétricas faz com que a mulher e seu acompanhante se sintam mais seguros, tornando o momento mais leve e tranquilo.

Saúde mental materna é questão de saúde pública e deve ser tratada como tal! É urgente a necessidade de profissionais que sejam de fato humanizados e que não confunda humanização com música no trabalho de parto. Humanização é o respeito à parturiente, é torná-la protagonista do próprio parto e se basear em evidência científica. A verdadeira humanização do parto anda junta com uma experiência positiva e com a prevenção à depressão perinatal.