A imagem mostra uma pintura que retrata uma cena profundamente afetuosa entre uma mulher e uma criança. A mulher, com um lenço amarelo cobrindo parcialmente a cabeça, segura e abraça carinhosamente uma criança de pele morena e cabelo preto. A criança está aninhada em seu colo, com os olhos fechados e o rosto encostado no ombro da mulher, transmitindo um sentimento de segurança e amor. As mãos da mulher são grandes e envolventes, simbolizando proteção. O fundo é em tons de verde e amarelo, o que realça o calor e a ternura da cena. A composição, as cores e as formas arredondadas evocam um forte senso de maternidade, acolhimento e vínculo emocional.

A sociedade patriarcal promove uma violência que invalida a liberdade de escolha feminina e gera, por consequência, traumas e cicatrizes profundas no corpo e na alma da parturiente. No estudo exploratório feito por Leal et al., (2018), fica evidente a relação entre a compreensão tardia e a desinformação quando o assunto é VO. Veja na fala a seguir o relato de uma das enfermeiras que participaram desse estudo: 

“[...] muitas mulheres não identificam a violência sofrida porque são leigas e não entendem o que está acontecendo. Na maternidade pública, a maioria é de baixa escolaridade e, por isso, não conhecem bem os seus direitos, não sabem o que é um parto humanizado, não tem ideia do que é a violência obstétrica” – E05 (LEAL et al., 2018). A falta de informação e o sentimento de inferioridade internalizado por muitas mulheres ao longo da vida levam as puérperas a recearem a questionar o processo de parto, o que, consequentemente, as faz conformar-se com a exploração de seus corpos.  

A percepção tardia das parturientes fortalece o fato de que muitas delas não têm conhecimento do assunto, e por acreditarem que durante a experiência de parto a dor extrema precisa ser sentida, não percebem a violação de seus direitos. 

Visando melhorias para as gestantes e para a equipe que as acompanha durante o parto, as instituições da rede de saúde onde ocorrem as violências têm o papel fundamental de prevenção contra essas práticas. Além disso, é fundamental a presença de psicólogos em maternidades e postos de saúde para ajudar mulheres que passaram por essa forma de violência.

Texto escrito por Moema Cássia e Rhanane Moreira, Estudantes do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, atualmente estão no 6° Periodo.