Por que precisamos falar sobre isso?

Embora seja um tema sensível a muitos de nós, segundo a Organização Mundial da Saúde e a Organização das Nações Unidas, dois milhões de bebês nascem sem vida por ano.

Dados da OMS e da Unicef indicam que mais de 5 milhões de crianças morrem por ano no mundo, sendo quase metade delas, no primeiro mês de vida.

Cerca de 23 milhões de gestações em todo o mundo terminam em aborto espontâneo a cada ano, o que representa 15% do total.

Feijoo e Naleto (202) ressaltam que as mães experimentam a perda de seus filhos como algo da ordem do imensurável. Parece que nada mais será como antes, pelo menos por um tempo — um tempo incerto e desconhecido. Quem é você agora? Essa é uma pergunta que vai sendo respondida e construída ao longo do caminho.

Ainda assim, os lutos gestacionais, perinatais e neonatais ainda são invisibilizados, incompreendidos e tabus na nossa sociedade. Falta informação, olhar, acolhimento, formação profissional, protocolos e políticas públicas que ampliem e cuidem do tema.

E lembre-se: procure ajuda profissional: psicoterapia, grupos de apoio e de acolhimento. Respeite e acolha o seu processo: viva-o como for possível para você, na crença de que quanto mais ele puder ser vivido de forma integral, mais ele se acomoda e você poderá voltar a fluir.

Luto é travessia. Um processo subjetivo e não linear, vivido caso a caso. Ninguém supera um luto, aprende a conviver com ele. Encontra saídas e ressignifica: a dor, as situações, as pessoas, a vida.